Dom Roberto, el personaje del teatro popular de títeres de Portugal, está viviendo lo que parece ser su tercera o cuarta juventud. Tuvimos la desgracia en 2010 de perder a su gran recuperador y mayor experto en el personaje, Joao Paulo Cardoso, de Porto, pero su influencia y sus enseñanzas no cayeron en saco roto, como puede comprobarse fácilmente. Ya el año pasado, el Museu da Marioneta de Lisboa organizó un encuentro de titiriteros especialistas en Dom Roberto en el Chiado de Lisboa, en el mismo corazón de la ciudad, el día 10 de septiembre de 2011.

torero

Torero de Manuel Rosado, Museu da Marioneta de Lisboa

Fue un éxito con la presencia de siete distintos bonecreiros. Adjuntamos la foto de familia de esta singular reunión titiritera. De izquierda a derecla: Manuel Dias, Raul Constant Pereira, Rui Sousa, Jorge Soares, Nuno Pinto, Francisco Mota y José Gil.

Robertos no Chiado

Robertos no Chiado

Ahora, nos ha llegado la noticia de que los próximos días 24 y 25 de marzo se va a efectuar un 4º Encontro Nacional de Teatro Dom Roberto en la localidad de Montemor-o-novo, en el Alentejo, no lejos de Évora. Van a participar varios grupos, como Marionetas da Feira, Trulé, Fio d’Azeite, S.A.Marionetas, A Barraca do Gregório, Límite Zero, Francisco Mota y Marionetas Joao Costa.

Igualmente tendrá lugar un seminario con los especialistas Christine Zurbach, Policarpo dos Santos e Ildeberto Gama.

Adjuntamos a continuación el hermoso texto que nos ha enviado la poetisa y titiritera Margarida Sousa Almeida en el que nos anunciaba dicho encuentro:

Robertos

Robertos de Manuel Rosado, Museu da Marioneta de Lisboa

“Ó Mãe! Vêm aí os Robertos! – Era na praia da Costa da Caparica, eu tinha 10 anos e estávamos nos anos 60.

Sob o Sol escaldante de Verão a miudagem sentada na areia acotovelava-se para ver os Robertos, cujo personagem principal desancava tão depressa no Polícia como no ladrão, enquanto, às descaradas, roubava a namorada ao seu amigo.

Os Robertos tinham uma voz aflautada e estridente que se ouvia desde logo, mal o maltrapilho marionetista aparecia ao longe com o seu colorido retábulo de chita debaixo do braço. A malta pedia uma moeda aos Pais e corria para ver. Era risota garantida às bandeiras despregadas, enquanto os aplaudíamos e chamávamos sem cessar pelas conhecidas personagens desse mundo de
encantar.

O pobre Toiro não podia faltar: Olé! pr’aqui, Olé! pr’áli, lá marrava ele na capa vermelha e geralmente também no toureiro, que acabava por fugir a sete pés’… Portuguesinhos de gema, de barba rija e de cabelo à escovinha, de cajado sempre em riste, feios como o raio, assim eram os Robertos, sempre prontos para dar e receber porrada de três em pipa.

E, à espera de vender, lá estavam também a Maria dos Bolos e o Homem dos Gelados que no final apregoavam à vez:

-‘Olh’á Bola de Berlim’!
-‘Olá fresquinho! Há frutóchocolate’!

Os Robertos eram e tornam a ser, que vão estar em Montemor agora no Sábado 24 de Março numa Maratona que vai chegar para todos.

– Ó malta! Vêm aí os Robertos!”

Robertos

Robertos de José Gil, Museu da Marioneta de Lisboa